Carreira: a difícil decisão de ser você
- Rochelle Aweida Veras
- 30 de mai. de 2017
- 2 min de leitura
Dias desses, conversando com uma pessoa que dizia estar feliz com o cargo que possuía, comentou que vinha recebendo "broncas" por não querer crescer e sentia-se culpada por não atender a expectativa da sua gestão. Falamos sobre cada um poder ter sonhos e vontades distintas, e que uma pessoa não deve sentir culpa por gostar do que conquistou e querer manter-se desta forma.

Imagine se todos sonharem em ser líderes? Como ficaria uma equipe em uma empresa? Seria um verdadeiro caos.
É muito comum no mundo corporativo que todos anseiem pela esperada promoção ou aquele tão almejado cargo de gestão.
Os próprios gestores sem conhecerem seus colaboradores, sem questionar suas vontades, lhes cobram: "como você quer crescer assim?" ou "você quer ficar pra sempre nesse cargo?".
Agora vem a questão, e se a pessoa almejar sempre ter um cargo técnico? Se não quiser ser gestora de uma área ou algo assim? Há algum problema nisso?
O que vemos no mundo corporativo é uma grande pressão e até mesmo culpa gerada para aquelas pessoas que almejam o cargo em que está. "Nossa, mas como? Que acomodado".
Acomodado ou conhecedor dos seus desejos e, até mesmo, as vezes conhecedor dos seus limites?
Na minha carreira corporativa, já me deparei com muitos profissionais que eram ótimos tecnicamente, mas que se perderam com uma promoção para cargos de liderança. Algumas pessoas não possuem o dom de lidar com pessoas e, além de não possuir tal dom, não possuem ambição em desenvolvê-lo. Então, além de perder um bom técnico, a empresa ainda perderá o gestor.
Talvez se os líderes se preocupassem mais com a expectativa de seus colaboradores, poderiam realizar feedbacks úteis e direcionamentos assertivos. Porém enquanto os gestores se preocuparem somente com números e entregas, sem conhecer efetivamente aqueles com que lidam todos os dias, aqueles que sustentam sua área, farão análises equivocadas sobre os colaboradores e pressionarão para que busquem algo que destoa daquilo que as pessoas desejam e com isso, desmotivará seus colaboradores.
É grande a quantidade de líderes despreparados, que mesmo com toda a evolução da gestão de pessoas, se prendem em um modelo de gestão antigo, acreditando que todos tem as mesmas ambições que as suas e tratando os colaboradores igualmente, quando cada pessoa tem sua particularidade e, sinto dizer, enquanto agirem assim, a tendência é ter em sua equipe pessoas descontentes.
Quanto a nós, como profissionais torna-se necessário aceitarmos nossa vontade e, a trabalharmos para que a culpa por não atender as expectativas seja suprida e assim poder viver uma vida de qualidade, sabendo que não somos todos iguais, e que bom que enquanto alguns sonham em ser diretor de empresa, outros sonham em ser o analista. Alguns sonham em trabalhar na praia, sem o terno e a gravata, outros em passar mais de 12 horas trabalhando, e assim há lugar para todos nesse mundo, seja ele corporativo ou não.
E digo mais, em um mundo com bombardeio de informações, competições profissionais, gestores despreparados, pessoas perdidas em seu próprio mundo, acredito que tem "sorte" aquele que sabe o que quer e consegue lidar com suas escolhas sem se importar com a pressão do outro, mesmo que esse outro seja seu gestor.
Rochelle Aweida Veras
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